Os dentes inclusos são aqueles que não conseguiram erupcionar, ou seja, não conseguiram “nascer” ou aparecer na cavidade bucal1. Eles ficam presos abaixo da gengiva, muitas vezes intra-ósseos, e não erupcionam, muitas vezes, devido à falta de espaço na arcada dentária, ou até mesmo porque ficam retidos por cistos benignos.
Os dentes terceiros molares são os últimos dentes a irromperem na arcada superior e inferior, assim, como há menos espaço para seu posicionamento, geralmente são os dentes que apresentam maior índice de inclusão. Mas, não são os únicos sujeitos ao problema. Entre os casos mais frequentes, podemos observar também: Caninos superiores, Caninos inferiores, Pré-molares inferiores, Pré-molares superiores, Incisivos centrais superiores, Incisivos laterais superiores e Segundos molares inferiores.
Os dentes inclusos podem causar algumas complicações para a saúde bucal, uma vez que ele não segue o processo natural de erupção. Um dos casos mais comuns nessa situação é a pericoronarite, uma inflamação da gengiva que recobre este dente incluso1. Também pode aparecer cistos em torno das coroas dos dentes inclusos - os cistos dentígeros, patologia benigna mais comum, relacionada à inclusão dental1. Além disso, quando os dentes inclusos permanecem em contato com os dentes adjacentes, podem acontecer, via contaminação do sulco gengival, o surgimento de bolsas periodontais (infecção gengival localizada) e até mesmo cárie no dente localizado próximo ao dente incluso.
A indicação de remoção ou não do dente incluso vai de acordo com a necessidade do paciente, e das informações obtidas pelo Cirurgião-Dentista, Especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial durante o exame clínico1. Os dentes inclusos, que não têm espaço para irromperem na cavidade oral, têm indicação de serem removidos caso estejam em contato com os dentes adjacentes, e que possam então promover algum tipo de reabsorção ou cárie, além de maior risco de doença periodontal nesta região de difícil higienização